Saudações!
Entre 20 e 23 de dezembro no hemisfério sul celebra-se Litha, o
solstício de verão assim chamado pelos praticantes da religiosidade
neopagã.
As celebrações solsticiais têm sua origem nos
povos saxões que após a queda do império romano, se estenderam pelo
oeste europeu criando um sincretismo com as religiosidades desta parte
geográfica européia.
O solstício de verão é chamado
também de Sabá de Meio de Verão, ou como o nome inglês, MidSummer. Isto
por conta do verão para os antigos iniciar-se na verdade em Beltane, o
Sabá anterior.
Originalmente é conhecido como Alban Hefin que seria o festival solsticial dos antigos saxões.
Mas
o nome mais difundido e que é atualmente é praticamente o único
utilizado, em todo o mundo, é Litha. Um nome que apareceu pela primeira
vez na revista neopagã norte-americana Green Egg, que foi publicada em
sua origem de 1968 até 1975 e cujo editor o psicólogo e bruxo
norte-americano Oberon Zell-Ravenhear, teve profunda influências nos
rumos que tomou o movimento neopagão, sendo inclusive ele o criador do
termo neopaganismo, publicado pela primeira vez na sua revista Green Egg
no ano de 1968.
O nome Litha, apareceu na revista como
o nome de um dois 8 Sabás do calendário publicado na época e foi criado
por Aidan A. Kelly, iniciado em Coven gardneriano, e autor do polêmico
Crafting the Art of Magic, onde ele descreve como Gardner criou a Wicca.
Com Aidan travei correspondência por um bom período
entre o ano de 2000 e 2003, e, facilitado pela internet, atualizei esta
informação e coloco abaixo com as próprias palavras digitadas por Kelly,
a informação sobre a criação e início de divulgação do nome Litha:
“I
invented the terms as names for their respective festivals in a
"Pagan-Craft Calendar" that I published in about 1973. A copy of it went
to Green Egg, which began using the terms, and from there the terms
became national.”
Repare que Aidan digita “termos” no
plural, pois na correspondência fazia referência não só a Litha como
também a Mabon, outro Sabá, ambos termos criados por ele.
No
caso, a palavra Litha, segundo o que me disse Aidan, tem origem na
antiga língua anglo-saxã que significa “entre luas” e que verificamos
também no calendário antigo saxão como um termo que é utilizado para
definir o período entre julho e agosto, ou seja, Litha significa algo
como “meio”, o que no caso, estaria associado com o termo “meio” do
verão, ou midsummer, isto claro no hemisfério norte, daí ser entre julho
e agosto, quando ocorre o verão por lá.
Neste Sabá
temos o sol em seu ápice. E é após o momento do ápice que começa a
decrescer sua força. Por isto, ser este Sabá o mais alegre de todos,
pois celebra o pico da força do sol, do deus sol, o sol fecundador da
mãe terra.
FONTE:
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Paz e Luz
Fernando Martins
LITHA E ASSOCIAÇÕES COM A CRISTANDADE
Saudações! No folclore britânico, temos nas pesquisas de Robert Graves, algumas
informações e também associações com a cristandade, como a celebração de
São João, dia 24 de junho, período do solstício de verão no hemisfério
norte. Diz-nos Graves que o festejo de São João, faz referência aos
costumes do festejo de Rei Carvalho, que em midsummer, dá lugar ao Rei
Holly. Assim como ocorre a morte do Rei Carvalho, São João Batista
também perde sua cabeça neste período, com data cristianizada em 24 de
junho.
As fogueiras do festejo católico de São João não
existem à toa, e pulá-las é uma prática tão tradicional, como era
prática antiga em midsummer, por conta do poder fértil do fogo. Daí que
as mulheres que se casaram no período de Beltane, pulavam com as pernas
bem abertas, sobre a fogueira, buscando fertilidade, sendo atingidas
pela fumaça e pelo calor do fogo.
Diz-nos Stewart
Farrar, que através da maior parte da Irlanda, a noite para a fogueira
de MidSummer é 23 de Junho, a véspera do Dia de São João. Porém em
alguns lugares ela é tradicionalmente em 28 de Junho, a véspera do Dia
de São Pedro e São Paulo, algumas vezes conhecido como ‘Noite da Pequena
Fogueira’. A razão para esta curiosa diferença teria possivelmente algo
a ver com o antigo calendário Juliano. Em 1582 o Papa Gregório XIII
varreu dez dias para tornar o calendário astronomicamente correto, e é o
calendário Gregoriano que o mundo ainda utiliza hoje. (Ele não foi
adotado pela Inglaterra, Escócia e Gales até 1752 – em cuja ocasião onze
dias foram retirados – e foi generalizado na Irlanda por volta de
1782). Mas é notório que em muitas partes da Europa antigos costumes
populares que escaparam do encampamento oficial do cristianismo tendem a
se fixar no antigo calendário.
A véspera de São Pedro e São Paulo está
mais próxima do Solstício de Verão do que a véspera de São João se a
reforma Gregoriana for ignorada. Assim talvez um costume pagão
arraigado, que em alguns lugares ignorava aquela reforma, estava lá
meramente apegado ao dia de santo importante mais próximo para torná-lo
tão respeitável quanto se pudesse conseguir. De qualquer forma, o Meio
do Verão era um importante festival do fogo através da Europa.
Vemos
como é rica a história, quiçá fascinante pesquisar a respeito. Isto é
que nós chamamos de Arte, este buscar conhecer e um conhecer permanente,
do passado das crenças que formam o neopaganismo.
FONTE:
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