Ela pode ser considerada a bruxaria
moderna e encontra cada vez mais adeptos por aí, que preferem ser chamados de
‘wicca’ mesmo, termo que deu origem a witch (bruxa, em inglês).
A palavra significa dobrar, ou seja, mudar os acontecimentos, uma das funções
da magia. "A bruxaria teve início há mais de dez mil anos, mas caiu no
‘esquecimento’ e ressurgiu por volta da década de 40 com o nome de Wicca".
Quem explica é Claudia Dabajue, professora de Wicca.
Conhecida como Ramona (aquele que ensina) entre
os wiccianos, a advogada desmistifica alguns mitos sobre a religião. “Ao
contrário do que muita gente imagina, a Wicca não prega o satanismo nem o
sacrifício de animais. Tem a intenção básica de cultuar e proteger a natureza,
com a finalidade de trazer harmonia para o universo. Sua divindade principal é
uma Deusa, representada pela Lua e pela Terra”, explica.
Depois de transitar por várias filosofias, a advogada
descobriu a Wicca por acaso e passou a freqüentar os rituais conhecidos como
sabbats em sítios no interior de São Paulo. Cada um celebra as mudanças das
estações, que representam o amor e o renascimento.
Cláudia
explica que o Halloween é
um deles. “Na verdade é uma forma de recordar a festa dos povos celtas da
Irlanda, Reino Unido e norte da França que festejavam o fim da colheita de
verão e o início do Ano Novo. O nome Samhain, que mais tarde se tornaria
Halloween, também era conhecido como Dia das Almas, em que acontecia o encontro
do mundo espiritual e material”, esclarece.
Por volta do século 19, a celebração chegou aos
Estados Unidos após a imigração dos irlandeses. O hábito foi incorporado à
população americana que, baseados na tradição irlandesa e inglesa, começaram a
usar fantasias e ir às
casas para pedir comida ou dinheiro, uma prática
que mais tarde se transformou no “trick-or-treat” infantil de hoje.
“Entre as bruxas, a festa é realizada sempre no
campo. Quando não consigo comemorar em um campo aberto faço em casa mesmo. Abro
as janelas, acendo as luzes, preparo algumas comidinhas e coloco nossas
ferramentas, como o caldeirão, a colher de pau, o punhal, entre outros, e
mencionamos os nossos encantamentos e ‘feitiços’, mas tudo para o bem”, conta.