Muito
se fala em “magia branca” ou “magia negra”, mas devemos começar
avisando que estas são denominações utilizadas por aqueles que são
totalmente leigos no assunto. A Magia é uma só, não tendo cor alguma,
não sendo “boa” ou “má”. O que importa é o uso que se faz dela.
Por
exemplo: uma faca pode ser utilizada para cortar um pão e servir de
alimento, assim como pode ser utilizada para ferir alguém. Em ambos os
casos, a culpa foi da faca? Não, ela serviu apenas como instrumento para
que determinada ação fosse realizada.
Assim
é com a Magia. Uma bruxa deve saber trabalhá-la em sua totalidade. Para
saber abençoar, você deve saber amaldiçoar, e vice-versa. Ou seja: para
fazer o bem, você deve saber fazer o mal e por aí vai. Isso não significa que você deva causar mal a alguém,
de maneira alguma, mas aprender que não existem tais dualidades; não
existe o “bem” e o “mal”. Não dá para praticar “magia do bem”, assim
como não dá para praticar “magia do mal”. Se ouvir alguém dizer a você
que é uma “bruxa do bem” ou “do mal”, fuja correndo! Com certeza
trata-se de mais um charlatão desses que vemos por aí aos montes!
A primeira coisa que aprendemos quando estamos lidando com Magia no Paganismo é o reflexo da Natureza.
A Natureza não é boa nem má, ela apenas é. O mar que sustenta peixes é o
mesmo mar que mata as pessoas afogadas, causa maremotos ou afunda
embarcações. Isso quer dizer que o mar “é mau”? Claro que não. As coisas
simplesmente são. Da mesma forma, não existem pessoas cem por cento
boas nem pessoas cem por cento más. E é assim que a eterna rivalidade de
bem X mal cai por Terra. Tudo é muito complexo para caber em apenas
duas classificações tão simples. Para quem deseja trabalhar com a Magia,
é fundamental conhecer determinados conceitos relacionados à nossa
Arte.
Há
um tempo vi em uma livraria um livro chamado “Wicca, a Arte da Magia
Verde”, ou algo assim, e fiquei me perguntando o que pode se passar na
cabeça de uma pessoa para colocar este título em um livro. Porque, na
verdade, qualquer pessoa que esteja de comprometimento sério com a
Bruxaria sabe que não tem absolutamente nenhum sentido dar cores às
nossas práticas.
Imagino
que a intenção da autora seja dizer que “magia verde” seja a magia da
Natureza, mas não tem nenhum sentido. Também já ouvi termos como “magia
vermelha” para definir “magia de amor”, e isso não existe. Não existe
“magia de amor”, mas magia utilizada com objetivos amorosos, no máximo.
Dessa
forma, não existe magia branca, magia negra, magia vermelha, verde ou
qualquer especificação que seja. A Magia é uma só, sempre foi e sempre
será, assim como eu sou, você é, a Natureza é. Usar
um termo como “magia negra” para denominar algo que se considera ruim
é, além de tudo, racismo dos brabos! Vamos parar de perpetuar essa
crença preconceituosa e sem sentido.
FONTE: A WICCA